Que tal assistir a ótimas adaptações cinematográficas de alguns dos clássicos da literatura brasileira? Separamos uma lista com dezesseis filmes que merecem ser assistidos por todos aqueles que amam literatura e cinema.
LISBELA E O PRISIONEIRO (2003)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme livre para todos os públicos.
Lisbela, uma moça apaixonada por cinema, está noiva e de casamento marcado, quando Leléu, um malandro conquistador, chega à cidade. Após se conhecerem, eles logo se apaixonam. Porém, essa nova paixão vai enfrentar alguns desafios, como os problemas familiares, as pressões sociais e as próprias dúvidas e hesitações de Lisbela e Leléu.
Dirigido por Guel Arraes, o filme é uma adaptação da peça de teatro Lisbela e o Prisioneiro, do escritor pernambucano Osmar Lins. Protagonizado pelos atores Selton Mello e Débora Falabella, o elenco conta também com os atores Marco Nanini e Bruno Garcia e com a atriz Virginia Cavendish.
Débora Falabella e Selton Mello vivem os personagens protagonistas nessa adaptação de Lisbela e o Prisioneiro (2003). Direção: Guel Arraes.
LAVOURA ARCAICA (2001)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme não recomendado para menores de 14 anos.
Narrado em primeira pessoa, o filme Lavoura Arcaica conta a história de André, um jovem que abandona a vida no campo para fugir das tradições agrárias impostas por seu pai. Na cidade, é encontrado por seu irmão Pedro, com quem compartilha os seus conflitos contra os valores paternos.
Com direção de Luiz Fernando Carvalho, o filme é baseado na obra Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar. No elenco estão Selton Mello (André), Raul Cortez (o pai) e Caio Blat (Lula, o filho caçula).
André (Selton Mello) abandona o campo para fugir das tradições agrárias impostas por seu pai (Raul Cortez). Direção: Luiz Fernando Carvalho.
MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS (2001)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme não recomendado para menores de 14 anos.
Baseado na obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, do escritor Machado de Assis, o filme conta a história do famoso defunto autor que decide revisitar, depois de morto, os fatos mais importantes de sua vida. Com grande dose de ironia, Brás Cubas relembra de seus vários amores, de amigos como Quincas Borba, de sua infame formação acadêmica em Portugal e também de sua vida cheia de privilégios.
Com direção de André Klotzel, o filme é protagonizado pelo ator Reginaldo Faria e conta também com outros nomes de peso da dramaturgia brasileira como Marcos Caruso, no papel do amigo Quincas Borba, e Sônia Braga, interpretando a amante e interesseira Marcela.
Reginaldo Faria no papel do defunto autor Brás Cubas. Direção: André Klotzel.
O AUTO DA COMPADECIDA (2000)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme livre para todos os públicos.
Uma das adaptações de maior sucesso no cinema nacional, o filme é baseado na peça de teatro Auto da Compadecida, do dramaturgo Ariano Suassuna, e conta as aventuras dos nordestinos João Grilo, um sertanejo pobre e mentiroso, e Chicó, o mais covarde dos homens.
Com direção de Guel Arraes, o filme é protagonizado pelos atores Matheus Natchergaele e Selton Mello, e conta com grande elenco: Marco Nanine interpretando Severino de Aracaju, Rogério Cardoso e Lima Duarte nos personagens Padre João e o Bispo, Paulo Goulart no papel do Major Antônio Morais, Fernanda Montenegro na personagem da Compadecida e Luís Melo interpretando o Diabo.
Selton Mello e Matheus Natchergaele vivem os personagens Chicó e João Grilo nessa adaptação de Auto da Compadecida. Direção: Guel Arraes.
O QUE É ISSO, COMPANHEIRO? (1997)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme não recomendado para menores de 14 anos.
Baseado em fatos reais, o filme O que é isso, companheiro? conta a história do sequestro do embaixador estadunidense Charles Burke Elbrick por um grupo de guerrilheiros brasileiros que lutava contra a ditadura militar vigente.
Dirigido por Bruno Barreto, o roteiro do filme é parcialmente baseado no livro O que é isso, companheiro?, de Fernando Gabeira. Protagonizado por Pedro Cardoso e Fernanda Torres, o elenco conta também com Luiz Fernando Guimarães, Selton Mello, Claudia Abreu, Eduardo Moscovis e Fernanda Montenegro.
Baseado parcialmente no livro homônimo de Fernando Gabeira, o filme O que é isso, companheiro? conta a história do sequestro do embaixador estadunidense Charles Burke Elbrick em 1969.
AS MENINAS (1996)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme não recomendado para menores de 16 anos.
Durante a ditadura militar, convivem três adolescentes de diferentes condições sociais em um pensionato de freiras em São Paulo: Lorena, uma menina de família rica que mantém uma péssima relação com a mãe, Lia, uma moça inteligente que está envolvida em um movimento estudantil e Ana Clara, uma jovem que busca o sonho de ser modelo enquanto enfrenta o problema do uso de drogas.
Baseado no livro As Meninas, da escritora Lygia Fagundes Telles, o filme conta com a direção de Emiliano Ribeiro e é estrelado pelas atrizes Adriana Esteves, Drica Moraes e Cláudia Liz.
Adriana Esteves (Lorena), Drica Moraes (Lia) e Cláudia Liz (Ana Clara) contracenam nessa adaptação da obra de Lygia Fagundes Telles. Direção: Emiliano Ribeiro.
A HORA DA ESTRELA (1985)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme não recomendado para menores de 12 anos.
Adaptação do romance A Hora da Estrela, da escritora Clarice Lispector, o filme conta a história de Macabéa, uma imigrante nordestina de dezenove anos que vive em São Paulo, cidade onde divide o quarto de uma pensão e trabalha como datilógrafa. A moça, embora pouco ambiciosa, deseja um namorado. É nesse cenário que ela conhece Olímpico, um operário metalúrgico com quem inicia um namoro. Porém uma colega de trabalho de Macabéa, por instruções de uma cartomante, ameaça o futuro desse romance.
Dirigido por Suzana Amaral, o filme é protagonizado pela atriz Marcélia Cartaxo e conta no elenco com Fernanda Montenegro no papel da cartomante Madame Carlota.
A jovem Macabéa (Marcélia Cartaxo) em visita à cartomante Madame Carlota (Fernanda Montenegro). Direção: Suzana Amaral.
MEMÓRIAS DO CÁRCERE (1984)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme não recomendado para menores de 14 anos.
O filme é o relato dos meses de confinamento do escritor Graciliano Ramos, preso em março de 1936. Simpatizante comunista e membro do Palácio do Governo, Graciliano Ramos, sem processo formal de acusação contra ele, foi preso durante o Governo de Getúlio Vargas.
O filme é uma adaptação do livro Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, e conta com a direção de Nelson Pereira dos Santos e com as atuações de Carlos Vereza e Glória Pires.
Nesse drama biográfico, o ator Carlos Vereza vive o escritor Graciliano Ramos, preso em 1936, e Glória Pires interpreta Heloísa, a esposa do escritor. Direção: Nelson Pereira dos Santos.
DONA FLOR E SEUS DOIS MARIDOS (1976)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme não recomendado para menores de 18 anos.
Dona Flor fica viúva de Vadinho, um homem mulherengo e jogador inveterado. Após algum tempo ela se casa com Teodoro Madureira, um farmacêutico exatamente oposto a seu primeiro marido. A mulher passa a levar uma vida tranquila e tediosa, até que seu finado esposo atende às suas preces e ressurge em sua vida.
Recordista de público entre os filmes brasileiros, a produção é baseada em uma das obras mais populares de Jorge Amado, Dona flor e seus dois maridos. O filme conta com a direção de Bruno Barreto e com as atuações de Sônia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça.
Em cena o ator Mauro Mendonça no papel do farmacêutico, a atriz Sônia Braga, que interpreta a Dona Flor e o ator José Wilker no papel do finado esposo. Direção: Bruno Barreto.
A MORENINHA (1970)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme livre para todos os públicos.
Augusto é um jovem de amor inconstante que aposta com seus colegas, Filipe, Leopoldo e Fabrício, que se ficasse apaixonado por uma mulher por mais de quinze dias, escreveria um romance contando a história desta paixão. O que o jovem estudante de Medicina não contava era encontrar Carolina em sua viagem de férias na ilha de Paquetá.
Dirigido por Glauko Mirko Laurelli, o filme é uma adaptação do romance A Moreninha, do escritor Joaquim Manuel de Macedo. Nesse filme do gênero romance musical, Sônia Braga interpreta Carolina, A Moreninha, e David Cardoso vive o inconstante Augusto.
Sônia Braga (A Moreninha) e David Cardoso (o jovem Augusto) contracenam nessa divertida adaptação da obra de Joaquim Manuel de Macedo. Direção: Glauko Mirko Laurelli.
MACUNAÍMA (1969)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme não recomendado para menores de 12 anos.
Macunaíma é um “héroi sem nenhum caráter”: de preto vira branco, troca a mata para morar na cidade, ama uma guerrilheira e enfrenta um vilão milionário.
Com direção de Joaquim Pedro de Andrade, o filme é uma adaptação do livro Macunaíma: o herói sem nenhum caráter, de Mário de Andrade. No elenco estão grandes nomes da dramaturgia nacional, como Grande Otelo, Paulo José, Dina Sfat e Milton Gonçalves. O filme também conta com canções de Heitor Vila-Lobos, Sílvio Caldas, Lamartine Babo e Francisco Alves.
Grande Otelo vive o anti-herói Macunaíma nessa adaptação da obra de Mário de Andrade. Direção: Joaquim Pedro de Andrade.
CAPITU (1968)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme livre para todos os públicos.
Após livrar-se da obrigação de ser padre, Bentinho casa-se com Capitu. Escobar, amigo de seminário de Bentinho, acaba se tornando muito próximo do casal, algo que desperta a imaginação, a insegurança e o ciúmes do marido de Capitu.
Com direção de Paulo Cesar Saraceni e roteiro de Paulo Emílio Sales Gomes e Lygia Fagundes Telles, o filme Capitu é uma adaptação do célebre romance Dom Casmurro, de Machado de Assis. Nessa adaptação de Dom Casmurro, a atriz Isabella Cerqueira Campos é Capitolina (Capitu), Othon Bastos vive Bento Santiago (Bentinho) e Raul Cortez interpreta o amigo Ezequiel Escobar.
A atriz Isabella Cerqueira Campos (Capitu) contracena com o ator Othon Bastos (Bentinho) nessa adaptação da obra machadiana Dom Casmurro. Direção: Paulo Cesar Saraceni.
VIDAS SECAS (1963)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme livre para todos os públicos.
Em meio à seca, um casal, seus dois filhos e uma cadela atravessam o sertão em busca de sobrevivência. A família tem esperança de prosperar, mas percebem que apesar de todo o trabalho, a miséria persiste a cada nova seca.
Com direção de Nelson Pereira dos Santos, o filme é uma adaptação do livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos. No elenco estão o ator Átila Iório no papel de Fabiano, e a atriz Maria Ribeiro como Sinhá Vitória.
Em meio à seca, o casal Fabiano (Átila Iório) e Sinhá Vitória (Maria Ribeiro) atravessam o sertão com duas crianças e a cadela Baleia em busca de sobrevivência. Direção: Nelson Pereira dos Santos.
O PAGADOR DE PROMESSAS (1962)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme livre para todos os públicos.
Vencedor da Palma de Ouro na categoria Melhor Filme no Festival de Cannes (França, 1962), o filme O Pagador de Promessas, dirigido por Anselmo Duarte, conta com os atores Leonardo Villar, Glória Menezes e Othon Bastos.
Baseado na peça teatral de Dias Gomes, O Pagador de Promessas narra a saga de Zé do Burro, um homem humilde que enfrenta a resistência do Padre Olavo ao tentar cumprir uma promessa feita num terreiro de Candomblé: carregar uma pesada cruz de madeira por uma longa jornada até a Igreja Santa Bárbara, em Salvador.
O ator Leonardo Villar vive o humilde Zé do Burro nessa adaptação da peça de Dias Gomes, O Pagador de Promessas. Direção: Anselmo Duarte.
JECA TATU (1959)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme não recomendado para menores de 12 anos.
Jeca é um caipira preguiçoso que vive num sítio com a sua mulher e seus três filhos. Com contas atrasadas no armazém da cidade, ele aceita dar parte de suas terras para pagar as dívidas. Vítima de uma emboscada, Jeca Tatu tem o casebre incendiado e, junto com sua família, muda-se para a cidade, onde ajuda o deputado Doutor Felisberto a vencer as eleições.
O protagonista Jeca, vivido pelo ator Mazzaropi, é inspirado no personagem Jeca Tatu, criação do escritor Monteiro Lobato. O filme conta com a direção de Milton Amaral, com números musicais de Cely Campello e Agnaldo Rayol e com a participação da companheira de filmagens de Mazzarropi, a atriz Geni Prado.
O protagonista Jeca, vivido pelo ator Mazzaropi, é inspirado no personagem Jeca Tatu, criação do escritor Monteiro Lobato. Direção: Milton Amaral.
ORFEU NEGRO (1959)
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: filme não recomendado para menores de 14 anos.
Ambientado numa favela carioca em época de carnaval, o filme conta a história de Eurídice e Orfeu. Orfeu é noivo de Mira, mas se vê apaixonado pela nordestina Eurídice. O sentimento em Eurídice é recíproco, porém ela precisa fugir do ciúmes de Mira e também de um homem misterioso que a persegue e que deseja matá-la.
O filme é uma adaptação da peça Orfeu da Conceição, de Vinícius de Moraes. Com direção de Marcel Camus e trilha sonora de Tom Jobim e Luís Bonfá, o filme conta com a atuação de Breno Mello no papel de Orfeu e com a participação da atriz norte-americana Marpessa Dawn no papel de Eurídice.
Orfeu é noivo de Mira, mas se vê apaixonado pela nordestina Eurídice. O sentimento em Eurídice é recíproco, porém ela precisa fugir do ciúmes de Mira e da perseguição de um homem misterioso que ameaça matá-la. Direção: Marcel Camus.
*Compre os livros pelos links disponibilizados e contribua com esse projeto.
Vamos juntos aumentar essa lista de filmes? Compartilhe nos comentários as suas sugestões de adaptações baseadas em obras da literatura brasileira.
PROFESSORA CARLA HOLZ 