A posição dos pronomes oblíquos átonos em relação ao verbo obedece às regras de colocação pronominal, gerando três fenômenos distintos na gramática: a próclise, a mesóclise e a ênclise. Vamos analisar a seguir as regras que determinam cada um desses fenômenos gramaticais.
O QUE SÃO PRONOMES PESSOAIS DO CASO OBLÍQUO?
os pronomes pessoais do caso oblíquo desempenham a função de complemento e são divididos em pronomes oblíquos tônicos e pronomes oblíquos átonos. Enquanto os pronomes oblíquos tônicos aparecem sempre precedidos de preposição, os pronomes oblíquos átonos (me, te, o, a se, lhe, nos, vos, os, as, se e lhes) se unem diretamente ao verbo. Observe:
Deu-me parabéns e saiu.
PRÓCLISE:
A próclise é a colocação do pronome oblíquo átono antes do verbo. São fatores de próclise:
Embora lhe perdoasse, ela disse que se sentia culpada.
b) advérbios:
Não me preocupe com os seus problemas.
c) pronomes indefinidos, relativos e demonstrativos:
Isso me deixou entusiasmado.
d) verbos no gerúndio precedidos de preposição em:
Em se tratando de previsões, qualquer afirmação otimista será precipitada.
MESÓCLISE:
A mesóclise é a colocação do pronome oblíquo átono no meio do verbo. Há apenas duas possibilidades de ocorrência de mesóclise, a saber:
a) verbos no futuro do presente:
Convidar-me-ão para o aniversário dela.
b) verbos no futuro do pretérito:
Convidar-te-ia para viajar comigo, caso fosse possível.
Nesse artigo você aprende sobre a flexão do verbo em tempo.
ÊNCLISE:
A ênclise é a colocação do pronome oblíquo átono após o verbo. Assim sendo, a ênclise é obrigatória:
a) com o verbo no início do período:
Suporta-se com paciência a dor do próximo.
b) em orações interrogativas iniciadas por palavras interrogativas com verbo no infinitivo impessoal:
Como convencer-te do meu apreço?
c) caso haja pausa (marcada na escrita por vírgulas):
Hoje, pensa-se de outro modo.
Leia a seguir Pronominais, obra em que o poeta modernista Oswald de Andrade salienta de maneira bem-humorada a disparidade entre as normas que regem o uso dos pronomes oblíquos átonos e o modo de falar da Nação Brasileira:

REFERÊNCIA
FERREIRA, Mauro. Gramática: aprender e praticar. São Paulo: FTD, 2007.
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